A sombra da história
Considerações sobre a existência
De um narrador determinante
Na obra de Anton Tchekhov
Por
ANDREW DE WINDSOR MEDEIROS DE ALBUQUERQUE
Aluno(a) do Curso de Graduação em Licenciatura de Português-Espanhol.
Trabalho apresentado ao Professor Luiz Guilherme
No curso Teoria Literária IV código LEL120.
Faculdade de Letras da UFRJ
1º semestre de 2013.
A sombra da história
Considerações sobre a existência
De um narrador determinante
Na obra de Anton Tchekhov
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Tendo em vista a importância do narrador como um dos elementos principais na hora de contar ou dar forma a uma história, recorri à obra, A Gaivota, de Anton
Tchekhov para servir aos meus fins de análise. Essa escolha não foi algo aleatório, pelo contrário, em torno dela há um objetivo meu de provar a existência de um narrador que possui um papel determinante nas cenas. A partir desse caráter investigativo particular, procuro decifrar as intenções por detrás do texto teatral e considerar um narrador que dita os aspectos psicológicos da cena.
No ensaio, O narrador considerações sobre a obra de Nikolai Leskov, Walter
Benjamin cita Valéry para destacar importância da narrativa de Leskov:
“A observação do artista pode atingir uma profundidade quase mística. Os objetos iluminados perdem os seu nomes: sombras e claridade formam sistemas e problemas particulares que não dependem de nenhuma ciência, que não aludem a nenhuma prática, mas que recebem toda sua existência e todo o seu valor de certas afinidades entre a alma, o olho e a mão de uma pessoa nascida para surpreender tais afinidades em si mesmo, e para produzir.”
Esse comentário de Valéry foi assinalado por Benjamin como algo escrito em um contexto diferente, mesmo assim, ainda cabe ao que quero propor.
Em uma leitura dramatizada da peça de Tchekhov notei como é essencial aquelas descrições antes das cenas para a construção do personagem.