A sociologia de karl marx
PAIXÃO, A. E. . Sociologia Geral. 1. ed. Curitiba: IBPEX, 2010. v. 1. 222 p.
CAPÍTULO 3: A SOCIOLOGIA DE KARL MARX
1. Introdução ao capítulo
Conhecendo um pouco mais sobre a obra de dois sociólogos – Comte e Durkheim – já é possível perceber que a análise da sociedade não se apresenta como uma verdade única. Não há uma única e nem definitiva resposta, pois os olhares que os pensadores lançam sobre a realidade são diferentes. Isso não significa que nunca teremos uma resposta correta sobre como a realidade social se organiza, mas sim que esta realidade é tão complexa que admite várias explicações e problematizações. Neste capítulo veremos um pensador polêmico, pois além analisar a sociedade de seu tempo, Marx deseja “implodi-la”. Na sua análise, ele afirma que o capitalismo é um sistema contraditório, e que a sociedade pode ser explicada a partir de suas contradições. Mas quando diz que o capitalismo é contraditório, Marx não está querendo simplesmente fazer uma crítica destrutiva. Esta é sua concepção metodológica. E partindo desta concepção, Marx procede à sua análise a partir do trabalho, pois segundo ele, o trabalho é um elemento essencial para se compreender a maneira como os homens vivem. Veremos neste capítulo como Marx constrói o seu olhar sobre o capitalismo tendo com base a contradição presente neste sistema e a maneira como os homens produzem a sociedade a partir do trabalho. Esta última questão se desdobra na concepção materialista da história e na relação entre estrutura econômica e superestrutura da sociedade. Começaremos então com a questão da contradição, que vai nos ajudar a diferenciar Marx dos dois outros autores vistos anteriormente.
2. A sociologia de Karl Marx
O filósofo, economista e sociólogo alemão Karl Marx (1818-1883) também presenciou os desdobramentos da Revolução Industrial, como Comte e Durkheim. Ele considerava a dinâmica social portadora