A sociologia clássica
A sociologia clássica
1. A emergência do pensamento social em bases científicas
1.1. O darwinismo social
A expansão da indústria, resultante das Revoluções Burguesas que atingiram os países europeus durante o século XIX, trouxe consigo a destruição da velha ordem feudal e a consolidação da nova sociedade, a capitalista, estruturada no lucro e na produção ampliada de bens, o que exigiu a expansão e a conquista de novos mercados consumidores.
Transformar esse mundo conquistado em colônias que se submetesse aos valores capitalistas requeria uma empresa de grande envergadura, pois dessa transformação dependiam a expansão e a sobrevivência do capitalismo industrial. Portanto, a “civilização” era oferecida, mesmo contra a vontade dos dominados, como forma de “elevar” essas nações do seu estado primitivo a um nível mais desenvolvido. Tal argumento baseava-se no princípio inquestionável de que o mais alto grau de civilização a que um povo poderia chegar seria o já alcançado pelos europeus, a sociedade capitalista industrial do séc. XIX.
Tais ideias, transpostas para a análise da sociedade, resultaram no darwinismo social, o princípio a partir do qual as sociedades se modificam e se desenvolvem de forma semelhante, segundo um mesmo modelo e que tais transformações representariam sempre a passagem de um estágio inferior para outro superior, em que o organismo social se mostraria mais evoluído, mais adaptado e mais complexo. Esse tipo de mudança garantiria a sobrevivência dos organismos, sociedades e indivíduos, mais fortes e mais evoluídos. Naquela época, como hoje, os frutos do progresso não eram igualmente distribuídos e nem todos participavam das benesses da civilização.
1.2. Uma visão crítica do darwinismo social, ontem e hoje.
Um desses desvios ocorreu com a aplicação do conceito de espécie em Darwin para o estudo das diferentes sociedades e etnias. O caráter cultural da vida humana imprime ao desenvolvimento das suas formas de vida princípios