A sociedade e as relações de poder
Vários pensadores formularam teses sobre como o ser humano passou a viver em sociedade. Entre eles, destacam-se: Aristóteles, que afirmava que o ser humano era social por natureza; Hobbes, que dizia que o ser humano passara a viver em sociedade guiado por seu instinto de sobrevivência e assim se organizaram de forma a haver um poder soberano, que decidiria tudo; e Franscisco Suarez e Francisco de Vitória, que pensavam de forma parecida e semelhante a Hobbes, deferindo apenas em um ponto sobre o poder soberano: para os Franciscos, o poder soberano devia ser baseado no social, dessa forma, se o soberano não servisse aos interesses da sociedade, poderia ser retirado de seu posto.
Todos tentaram entender e explicar como o ser humano se tornou social, mas nenhum deles pensou a respeito das relações de poder dentro dessa sociedade. A análise sobre esse assunto foi feita por Michel Foucault:
“O poder não é uma autoridade exercida sobre questões de direito, mas acima de tudo um poder imanente na sociedade, que se reflete na produção de normas e valores.”
Inicialmente havia o poder soberano.
Uma única pessoa tinha poder sobre toda a sociedade.
Esse governante tinha como objetivo fazer que as leis fossem cumpridas e punir aqueles que não as seguissem.
Para isso, se utilizava de violência. Práticas como a tortura eram um modo eficiente de punir transgressores e amedrontar as outras pessoas, para que essas também não cometessem delitos. |
O soberano tinha o poder de vida ou morte sobre seus súditos, de forma indireta, quando os mandava para a guerra a fim de defender sua vida e sua posição, ou direta, quando cometia o ato de punir os “rebeldes”. Com o tempo, porém, notou-se que o uso da força não era a melhor maneira de controlar o povo.
Assim, foi se desenvolvendo o poder disciplinar. Essa seria uma forma de poder em que o povo teria sua conduta massificada, seria disciplinado.
Para isso