A sociedade na visão de Aristoteles
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE CAMPINAS CAMPINAS, 24 DE OUTUBRO DE 2013.
QUESTÃO 1:
Explique por que na visão de Aristóteles uma sociedade justa necessita de cidadãos (diferente de indivíduos) virtuosos.
Em síntese, Aristóteles diz que a felicidade está numa atividade, uma função da alma. Cada parte do homem cumpre uma função própria e exclusiva: assim, a função do olho é olhar, a função do ouvido é ouvir e a função do pé é andar. Mas não será simplesmente o viver, pois também os vegetais vivem, se nutrem, crescem; nem será sentir prazer e dor, pois estes sentimentos existem também nos animais; mas o pensar que não existe nem nos vegetais nem nos animais, é exclusividade do homem. Portanto, a atividade racional, o exercício da mente é a finalidade específica do homem e nisto está a sua realização final, a sua felicidade. Portanto a finalidade do homem é uma atividade racional, uma função da alma. Por isso, o homem não nasce ético a não ser potencialmente; pela repetição de ações e autocontrole racional o homem se torna virtuoso. Leiamos uma passagem de Aristóteles: "Sendo assim, a presente investigação ética não visa ao conhecimento teórico; não investigamos apenas para conhecer o que é a virtude moral e sim para nos tornarmos bons, pois se não fosse assim nossa investigação seria inútil". A ética encontra na política sua plena realização: ela forma o indivíduo para que se torne bom cidadão, diz Aristóteles: "É certo que o bem é desejável mesmo quando diz respeito só a uma pessoa, porém é mais belo e mais divino quando se refere a um povo e às cidades" Portanto, a política é a ciência arquitetônica que define "que ciências são necessárias na polis e quais cada um deva aprender e até que ponto". Entretanto, o homem possui sua própria causa final que é o alcance de sua