A sociedade hodierna e o Grande Irmão de Orwell
Henry Guilherme Ferreira Andrade
É indubitável que o ser humano, enquanto animal político1, precisa viver em comunhão com outros indivíduos. A interação social é indispensável para que tais indivíduos possam conviver em harmonia, pois, é essa socialização que possibilita aos seres humanos desenvolverem-se e evoluírem a fim de construir uma sociedade melhor.
Faz-se necessário, porém, compreender se essa influência externa, pautada na normatividade moral e jurídica, contribui ou não para a construção e desconstrução dos paradigmas hodiernos, e de que maneira o binômio indivíduo-sociedade se configura na atual conjuntura tecnicista mundial.
Para tanto, utilizar-se-á a obra “1984”, de George Orwell, pois entende-se que o seu escopo é, justamente, expor o homem da “Sociedade Disciplinar”2 abordada por Foucault. Ora, a obra de Orwell trata da pressão que o Estado exerce sobre o indivíduo, através de determinados mecanismos de vigilância, que acabam por desembocar no processo de alienação daqueles que vivem sob sua égide.
Logo, cada um deve adequar-se ao sistema imposto para que assim, todos possam viver de maneira pacífica, nem que para isso seja necessário que se faça guerra contra àqueles que discordam desse modelo. Dessa forma, perde-se a capacidade de se pensar livremente e de forma crítica, mas, ganha-se uma sociedade, teoricamente, organizada e disciplinada.
Obviamente que o sistema totalitário sustentado por Orwell não representa a realidade da maioria das sociedades contemporâneas, no que concerne ao modelo de governo, salvo algumas exceções que tendem a resistir ao processo de inserção capitalista que foi tornando-se cada vez mais hegemônico após a segunda guerra mundial.
Contudo, é oportuno observar que além de uma simples perspectiva de controle social exercido pelos Estados modernos, o que se vê, atualmente, é