A Sociedade Contra O Estado

A SOCIEDADE CONTRA O ESTADO - PIERRE CLASTRES

As sociedades primitivas são sociedades sem Estado. O fato nos diz que elas são privadas de alguma coisa, ou seja, o Estado. Não são verdadeiras sociedades por não serem policiadas. Não podemos imaginar a sociedade sem o Estado, o Estado se destina a sociedade.
Descobre nessa abordagem uma fixação etnocentrista. Pela outra face do etnocentrismo, a convicção complementar da história como sentido único, de que toda sociedade está condenada a percorrer as suas etapas, a partir da selvageria, conduzem à civilização. Percebe-se que as sociedades arcaicas, são determinadas de maneira negativa, como sociedade sem Estado, sociedades sem escrita, sociedades sem história. No plano econômico, elas são demonstradas como, sociedades de economia de subsistência. Essas sociedades primitivas desconhecem a economia de mercado, onde são escoados os excedentes da produção, nesse pensamento essa sociedade que não possuem Estado, escrita, história, também não dispõem de mercado. A ideia de economia de subsistência, afirma que as sociedades primitivas não produzem excedentes, por serem incapazes de fazerem, apenas produzem para sua sobrevivência e subsistência, devido ao fato da invocação do subequipamento técnico e de sua inferioridade tecnológica. Na verdade, se entendermos por técnicas o conjunto os processos de que se munem os homens, não para se ter o domínio absoluto da natureza, mas para garantir o domínio do meio natural adaptado e relativo as suas necessidades, não podemos mais falar sobre inferioridade técnica, pois ela demonstra capacidade de satisfazer suas necessidades. Podemos dizer que todo grupo humano, exerce um mínimo de dominação sobre o meio que ocupa. No campo da técnica não existe hierarquia, nem tecnologia superior e inferior, só podemos medir um equipamento tecnológico, pela sua capacidade de satisfazer as necessidades da sociedade. Os historiadores da pré-história, nos contam que foram necessários milênios