A sobrevivência do Barroco em Caetano Veloso
Arte do exagero, confusão, figura de linguagem, perturbação espiritual, religiosa, rebuscamento, contra reforma... São palavras que podem começar a ilustrar o que foi este movimento surgido no século XVI e que até hoje influencia artistas que escrevem, pintam e “bordam” usando as características e artimanhas barrocas para fazer arte. O Barroco apesar de ter surgido séculos atrás, é um movimento que tem sobrevivido nas obras de alguns artistas contemporâneos que utilizam das figuras de linguagem, do jogo, das dobras, entre outras marcas do estilo barroco e que mantem viva esse modo de fazer arte.
Nos poemas, nas músicas, nas esculturas e pinturas neobarrocas, não temos mais como no Barroco antigo aquela valorização da propaganda religiosa, pois vivemos em um cenário diferente, porém, são através de poemas, canções, pinturas que os artistas expressam os conflitos vividos pela sociedade de hoje, que sofre com outras tensões, as artes são a voz dos artistas frente à sociedade, eles expressam seus conflitos interiores através da arte, características essencialmente barrocas. Procurando buscar algumas características desta estética analisei o poema musicado: “O quereres” (anexo 1.0) de Caetano Veloso, artista, compositor e músico da MPB reconhecido por pesquisadores como um compositor e poeta Neobarroco, pois em diversas letras de suas músicas podemos encontrar marcas dessa estética. Inicialmente, pode-se observar no poema o uso de figuras de linguagem que trabalham com elementos contraditórios, que contrastam a oposição do homem barroco, (antítese): /Onde queres o livre, decassílabo/ E onde queres tortura, mansidão/ Onde queres um lar, revolução/ E onde queres bandido, sou herói/ E onde queres a lua, sou o sol/ , são estes alguns trechos que mostram o uso exagerado de antítese esta figura de linguagem que expõe ideias totalmente opostas umas as outras.
Nesta canção, o eu-lírico tem um conflito com a pessoa