A Soberania Alimentar Jacques Chonchol
Caren Freitas de Lima
Soberania Alimentar: a problemática no século é um trabalho de Jacques Chonchol do ano de 2005. Jacques Chonchol possui uma trajetória política muito intensa. Militante do partido Democrático Cristiano, no governo de Eduardo Frei em 1964, é vice-presidente do INDAP (Instituto de Desarrollo Agropecuario), onde atua na lei da reforma agrária1.
Por não acreditar na melhora real da sociedade como um todo dentro do capitalismo, Chonchol renuncia do INDAP, e ajuda a constituir o MAPU (Movimiento de Acción Popular Unitario), que se separa do partido Democrático Cristiano. Nesse período Chonchol assume a direção do CEREN (Centro de Estudios de La Realidad Nacional de La Universidad Católica).
Quando Allende assume o governo em 1970, Chonchol assume o Ministério da Agricultura, aprofundando a reforma agrária. Em 1972, é substituído por Rolando Calderón que assume seu lugar no Ministério. A partir de 1973, é exilado pelo golpe, retornando ao Chile somente em 1994. Chonchol promove severas críticas aos paradigmas ligados à problemática alimentar, bem como o sistema neoliberal.
O texto soberania alimentar demonstra o cunho crítico do autor, que em seu trabalho faz um apanhado histórico sobre a temática no século XX. Partindo da década de 30, o autor demonstra o paradoxo entre a receita dos economistas para os lucros em cima da produção de alimentos, com medo de uma produção maior do que a possibilidade de ser colocada no mercado e as epidemias de fome, persistente em diversas populações pelo mundo.
Com o inicio da Segunda Guerra mundial em 1939, a produção de alimentos declina, retornando apenas em 1952 o nível anterior a 1939. Porém, em 1952, frente aos excedentes agrícolas dos EUA, é verificado também focos de situações de fome no extremo oriente que persiste nas décadas posteriores, como a década de 60, trazendo a tona novamente essa problemática da fome.
Em 1954, a FAO propõe doação de