A sindrome de gabriela
Prof. Pedro Carlos F. Santos( Para começo de conversa, ou a guisa de introdução, quero recorrer aqui a uma musica de Dorival Caymmi que foi tema do filme “Gabriela Cravo e Canela”; o título da música é “Modinha para Gabriela” e começa assim:
“Quando eu vim para esse mundo”,
Eu não atinava em nada
Hoje eu sou Gabriela
Gabriela ê meus camaradas
Eu nasci assim eu cresci assim e sou mesmo assim
Vou ser sempre assim Gabriela, sempre Gabriela.
No nosso dia a dia encontramos pessoas acometidas com essa espécie de doença que pode ser contagiosa. O sintoma dessa doença aparece na forma de resistência a todo tipo de mudança, a tudo que é novo e que pode trazer alguma novidade. Em geral as pessoas têm muito medo das mudanças, mas as que sofrem dessa síndrome não só tem medo como brigam resistem a todo tipo de mudança, e argumentam que se as coisas sempre foram assim para que mudar agora? Só por que você é novo aqui quer mudar tudo, eu aprendi assim sempre fiz assim, “e sempre deu certo” por que mudar? Numa perspectiva filosófica, a mudança é a lei geral. Todos nós mudamos o tempo todo, a cada dia, tudo é movimento já dizia Heráclito que “o homem não se banha duas vezes na água de um rio”. (παντα ρει). Se tudo é movimento, devemos integrar a essa dança cósmica, desgarrando do nosso lugarzinho seguro, e nos lançando com responsabilidade a esse processo. Por outro lado, temos que reconhecer que a apreensão diante da mudança, seja ela qual for, é própria do ser humano, a maioria das pessoas ficam apreensivas frente o novo, pois o novo muitas vezes é desconhecido, requer adaptação, descristalização de idéias, opiniões e crenças, mudanças de posturas e novas atitudes. E mais ainda exige às vezes a saída do nosso lugarzinho seguro. Nós facilmente acostumamos a trilhar o “caminho da roça”, conhecemos todos os atalhos, se de repente precisamos mudar temos que nos adaptar novamente, isto leva algum tempo. Porém essa apreensão