A significância do brincar
A brincadeira é um fenômeno universal na espécie humana, porém não é um fenômeno homogêneo. A brincadeira possui variâncias, ou seja, ela influencia e é influenciada pelo seu meio social, cultural e econômico. Surge assim a hipótese ontogenética, que considera a brincadeira um fenômeno adaptativo e funcional não só para a vida adulta, como também para o próprio período da infância.
A partir da hipótese ontogenética, acredita-se então, que algumas brincadeiras não são formas imaturas de comportamentos adultos, mas sim, mecanismo que possuem função e são necessários em certa etapa do desenvolvimento da criança e que irão desaparecer quando já não forem mais necessárias. Embora a brincadeira seja influenciada pelo seu redor, há características universais do desenvolvimento ontogenético que são esperados em todas as crianças.
Na primeira infância as crianças passam mais tempo explorando o ambiente e explorando os objetos ao seu redor do que propriamente brincando. Ela está mais interessada em conhecer o ambiente e observar ações que a rodeiam para poder entender como o seu mundo funciona, a brincadeira que vem a seguir é um espelho desse ambiente anteriormente observado.
Esse ambiente que propicia o brincar é chamado de “zona lúdica” que consiste em todo espaço, objeto e pessoa que influencia o brincar da criança. É nesta zona que a imaginação, a criatividade, a capacidade de resolver conflitos e regras se desenvolve. Esse ambiente pode ser controlado, quando há interferência dos pais ou dos professores, ou pode ser livre e sem direcionamentos, deixando a criança a mercê de suas escolhas.
O ato de brincar envolve a criança dedicadamente aquela ação e torna possível a ela entender sua cultura, seus valores e a sua realidade. A brincadeira é também um modo de satisfazer os desejos e sonhos da criança, que por algum motivo, no mundo real, não foi realizável. Observar a brincadeira pode ser uma maneira de conhecer as frustrações que