A SERVIDAO MODERNA resenha

RESENHA – A SERVIDÃO MODERNA

Um sistema capitalista cada vez mais pungente domina a vida das pessoas e influencia todas as ações cotidianas: esse é o foco do documentário “A Servidão Moderna”, de Jean-François Brient, que mostra como o homem se tornou dependente de suas próprias criações, causando uma inversão de valores inconsciente das consequências catastróficas que essa atitude provoca, devido ao seu estado atual de constante alienação, vivendo no “Mundo das Coisas”, onde “ter” representa status e poder. De acordo com o que se passa no filme, o sacrifício de uma vida é consumado em trabalhos cada vez mais mecanizados, que desprezam a real capacidade do ser humano e inibem totalmente a possibilidade de crescimento intelectual e cultural, além de serem altamente especializados, dando ao servo moderno uma visão restrita do que faz. Dessa maneira estimula-se a “capacidade de saber cada vez mais sobre cada vez menos, até saber tudo sobre nada” ( FERNANDES; MILLÔR). As pessoas se submetem a condições de vida insalubres e disseminam a violência, tudo para cultuar e estar mais perto do Deus da Era Moderna: o dinheiro. O Ser humano servo e cego perante essa divindade, cujos poderes são ilimitados e ironicamente concedidos pelo próprio homem, se vê pequeno e impotente diante de tamanha grandeza e o tem como finalidade em sua vida acumular cada vez mais o mesmo, vivendo em função de realizar tal objetivo. A necessidade de consumir distintos produtos, ainda que fúteis e dispensáveis cresce a medida que se obtém o mínimo poder aquisitivo. Dessa forma o homem modifica o ambiente onde vive, nomeando como "progresso" as atrocidades que comete à natureza e consequentemente, à si próprio. Essas ações são realizadas pelo servo moderno sem que ele sequer se dê conta do que está fazendo por estar condicionado pelo modo de pensar e agir disseminado pela classe dominante através de diversos meios, como propagandas em jornais, rádio e televisão, apelando muitas