A SANTIDADE DA IGREJA 2 1
“A alma, disse Santo Tomás, é princípio e causa do corpo vivo de três maneiras: 1º é o princípio do qual parte seu movimento; 2º é o porquê de sua existência, isto é, seu fim; 3º é a forma substancial dos corpos aos quais dá sua vida”1.
Pode considerar-se a alma criada da Igreja enquanto que informa ao corpo e lhe comunica uma vida superior a dos reinos deste mundo: neste caso se referirá a alma da Igreja, como o faremos nós mais adiante, a propriedade a nota da unidade católica da Igreja.
Pode igualmente considerar-se a alma criada da Igreja enquanto que é o porquê da existência do corpo, isto é, enquanto que obriga ao corpo a estender-se e a espiritualizar-se, e enquanto que ela mesma se vê obrigada a abrir-se cada vez mais, como alma criadas que é da Igreja, ao influxo e à atração do Espírito Santo que é a Alma incriada da Igreja. Podemos, portanto, ver quais são as relações da santidade com a alma considerada, como a qual, neste mundo, é a causa final da Igreja.
Trataremos este tema em três seções: da santidade enquanto que se acha realizada na Igreja (santidade formal ou terminal) (I); da santidade enquanto tendencial nos poderes sacramentais e jurisdicionais (santidade virtual ou instrumental) (II); da santidade enquanto propriedade e nota da Igreja (III).
I. A SANTIDADE ENQUANTO REALIZADA NA IGREJA
Dois axiomas nos fazem compreender a santidade da Igreja: 1º A Igreja se acha sem pecado, enquanto não sem pecadores; este primeiro axioma separa a Igreja dos pecados dos que a ela pertencem visível ou corporalmente; 2º Toda a santidade, a verdadeira santidade, do mundo se achada relacionada com a Igreja de Pedro: por este axioma fica unida à Igreja a santidade dos que pertencem a ela invisível ou espiritualmente.
1. A IGREJA, QUE NÃO SE ACHA SEM PECADORES, SE ACHA, CONTUDO, SEM PECADO.
A Igreja divide em nós o bem e o mal. Retém o bem e abandona o mal. Suas fronteiras passam através de nossos corações. O mal ao que nos referimos é