a saga de Mão branca
No Diário da Borborema, edição do dia 13 de julho de 1980, trouxe com exclusividade, o listão que o "Mão Branca" divulgou os 115 nomes daqueles que seriam suas vítimas, dentre elas, advogados, policiais, intrujões, estelionatários, assassinos, traficantes de drogas e assaltantes. Começava ali um epílogo de sangue que manchou a história de Campina Grande.
A cidade passou a viver sob o signo do medo, com o "MB" entrando em ação dias após tornar público a intenção de "fazer uma limpeza", tomando como base o alto grau de criminalidade que a cidade enfrentava.
Um dia após a publicação da lista negra, o arrombador Paulo Roberto do Nascimento, conhecido por Beto Fuscão, foi encontrado com um tiro de espingarda "12" no peito ao lado do estádio Amigão, no bairro do Catolé. O então repórter do Diário da Borborema, Ronaldo Leite, recorda o telefonema que recebeu: "Tem um crioulo morto na torre do Amigão".
É noticiada a primeira de uma série de mais de 30 mortes: "Mão Branca inicia matança: um tiro de 12 matou Beto Fuscão". Um dia depois, o carrasco deu seqüência ao prometido: tombaram sem vida Marcos Antônio da Silva, vulgo "Mocotó", Paulo Francisco de Oliveira, "Paraibinha", e Paulo José dos Santos Félix", conhecido por "Queimadas".
Com vários perfurações a tiros - os marginais foram mortos com requintes de crueldade - dois corpos foram encontrados no sítio Velame e um outro perto do hospital da FAP, exatamente onde, demonstrando muita ousadia, os matadores informaram em telefonemas à Central de Polícia e à Imprensa.
A partir daí, os sequestros seguidos de mortes continuaram, com as execuções de"Bermuda", "Negro Rei", "Pernambuco", "Barrão" etc. Com medo da morte, muitos criminosos que estavam no listão desapareceram de Campina Grande.
A denominação "Mão Branca" foi copiada de um grupo de extermínio que atuava no Rio de Janeiro, que inclusive, foi responsável pelo assassinato do marginal conhecido