A rotina no dia-a-dia da creche: entre o proposto e vivido (Rosa Batista) - Resenha
BATISTA, Rosa. A Rotina no dia-a-dia da creche: entre o proposto e o vivido Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC.
A autora do artigo é graduada em Pedagogia, Mestre e Doutora em Educação pela
UFSC, além de pesquisadora vinculada ao Núcleo de Educação da pequena
Infância/UFSC. Tem experiência na área de Educação, com ênfase na Educação
Infantil.
Em seu artigo, Batista afirma que existe na educação infantil um hiato entre o objetivo que se espera alcançar e o que é alcançado. Isso se deve à rotina que é estabelecida para o cotidiano das crianças, que muitas vezes é rígida e não leva em consideração suas especificidades. Quando essa rotina é imposta, tanto para as crianças como para os adultos, gera tensões e conflitos, que manifestam-se através da resistência ou acomodação das crianças ao que lhes é proposto. A organização da rotina infantil precisa, portanto, ser repensada, levando em consideração as características, necessidades e interesses do seu público-alvo, não para promover uma relação harmoniosa entre adultos e crianças (visto que o conflito é importante para o desenvolvimento da aprendizagem), mas para que as individualidades de cada criança sejam respeitadas.
A rotina na educação infantil muitas vezes é estabelecida da mesma forma como nos outros níveis de ensino, sem que sejam levadas em consideração as características, interesses e necessidades de seu público-alvo (crianças menores de seis anos), e isso faz com que as mesmas sejam tratadas como alunos, e não como crianças.
Rosa Batista faz então uma pesquisa com o objetivo de analisar as reações das crianças diante das atividades propostas pelos adultos. E a partir de um estudo exploratório (no segundo semestre de 1996), ela percebeu que a rotina, da maneira como estava organizada, exigia que as crianças entrassem no ritmo temporal da creche. As crianças, por sua vez, reagiam com movimentos contrários, algumas se
acomodavam, outras resistiam.