A rosa e o Varal
Capítulo 6:
O processo de análise é uma construção que, partindo da demanda, se elabora ao longo do desenrolar da ação. Entretanto, existem alguns pontos importantes que estruturam a construção da ação ergonômica. Após a identificação e interpretação da demanda inicial, o ergonomista precisa fazer uma proposta de ação, para definir os resultados esperados e os meios necessários, além dos prazos. Mais tarde, a partir do seu diagnóstico, o ergonomista deve sugerir indicações de soluções. Ele também irá propor um acompanhamento do processo de concepção ou de transformação. Uma demanda pode vir da direção de uma empresa, dos trabalhadores, de um sindicato ou de uma organização profissional. Além disso, o ergonomista precisa tentar discernir o conjunto dos elementos implícitos nela. Ele deve questionar o grau de importância daqueles problemas apontados e reformular a demanda inicial, dando ênfase na atividade de trabalho. A análise da demanda é parte da análise da situação de trabalho. Essa análise inclui certos pontos:
Consulta à direção da empresa e aos representantes dos trabalhadores;
Consulta aos supervisores e departamentos da empresa;
Visita à empresa e compreensão do contexto no qual a demanda está inserida. Para o ergonomista, é muito importante identificar adequadamente a natureza do que está em jogo nas posições de cada um dos atores. Todos na empresa devem poder reconhecer que sua opinião foi levada em consideração na análise. Além disso, a proposta de ação ergonômica deve ser articulada em torno do ponto de vista da atividade, da qual se originam os diferentes pontos de vista expressos. O ergonomista deve avaliar com sabedoria os limites de o que pode ser feito no tempo negociado. O contrato precisa especificar a demanda e seu conteúdo. Ele deve fazer referência às primeiras hipóteses que condicionam o desenvolvimento do estudo e especificar a natureza dos resultados almejados, assim como suas limitações.