A revolução científica
Steven Shapin: Nascido em 1943 em Nova Yorque (EUA), é um historiador e sociólogo da ciência. Foi Professor de História da Ciência na Universidade de Harvard em 2004, Antes disso, ele foi professor de sociologia na Universidade da Califórnia, San Diego, e na Unidade de Estudos de Ciências da Universidade de Edimburgo .
Ele já escreveu amplamente sobre a história e sociologia da ciência, e é conhecido como um dos principais contribuintes para a sociologia do conhecimento científico.
A revolução científica não existiu
O historiador Steven Shapin inicia a introdução de sua obra intitulada “A revolução científica” apresentando sua tese com uma frase um tanto quanto impactante: “A Revolução Científica não existiu, e este livro é acerca disso.” Os acadêmicos do início do período moderno (para ele, entre o final do século XVI e o início do século XVIII) ofereciam mais “certezas” e um maior “consolo” nas formas de pensar o mundo natural. Alguns historiadores do século XX reconheceram nesse período um momento de revolução no pensamento humano, um acontecimento que transformou, de forma radical, a nossa concepção acerca da natureza, concepção essa que, ainda nos dias de hoje, permanece inserida em nossa tradição historiográfica, a qual Shapin se mostra disposto a desconstruir.
Apesar da forte presença desta concepção no currículo ocidental liberal, o autor se posiciona, a partir de uma perspectiva social. para analisar a ideia de Revolução Científica e propõe alguns contrapontos à ótica tradicional. De onde, primeiramente, nos chama atenção para o fato de que nem mesmo a “noção de Revolução Científica é tão velha quanto parece”. Segundo Shapin, o termo “Revolução Científica” só passa a ser utilizado com frequência a partir do momento em que o filósofo Alexandre Koyré, em 1939, dissemina-o, mas só em 1954 o termo será utilizado como título principal. Ele afirma que, ainda que boa parte dos pensadores do século XVII demonstrasse a intenção de uma