A Revolução Científica do século XVII
Grupo 1: A Revolução Científica do século XVII
Os pensadores racionalistas do século XVII já podiam falar em “ciência” tal como a praticamos, em boa medida, ainda hoje. Para Francis Bacon (14561-1626), por exemplo, a teologia deixaria de ser a forma norteadora do pensamento. A autoridade, que exatamente constituía um dos alicerces da teologia, deveria, em sua opinião, ceder lugar a uma dúvida metódica, a fim de possibilitar um conhecimento objetivo da realidade. Para ele, o novo método de conhecimento, baseado na observação e na experimentação, ampliaria infinitamente o poder do homem e deveria ser estendido e aplicado ao estudo da sociedade. Partindo destas idéias, chegou a propor um programa para acumular os dados disponíveis e com eles realizar experimentos a fim de descobrir e formular leis gerais sobre a sociedade1.
O racionalismo teria uma de suas expressões máximas com René Descartes (1596-1650), cuja obra Discurso sobre o Método, que partia do princípio fundamental da “dúvida metódica” para alcançar o conhecimento, chega a provar racionalmente a existência de Deus. Com alguma certeza cartesiana, ele temia não agradar à elite eclesiástica com seu pensamento científico.
Do século XVII em diante, os valores burgueses vão imiscuir-se por todas as esferas da vida social, passando a predominar não apenas na economia. A essa altura, estava consolidado um conjunto de fenômenos sociais e históricos entre si correlacionados e da maior relevância: a expansão colonial européia, a ascensão social definitiva da burguesia, a formação de estados nacionais unificados, a Revolução Comercial, a Reforma Protestante.
Apresentavam-se necessidades urgentes ao desenvolvimento científico: melhorar as condições de via; ampliar a expectativa de sobrevivência humana a fim de engrossar as fileiras de consumidores e, principalmente, de mão-de-obra disponível; mudar os hábitos sociais e formar uma mentalidade receptiva às inovações técnicas, conforme