A Revolta de Beckman

A Revolta de Beckman
Com a saída dos holandeses do Brasil e a crise da economia açucareira, a região Nordeste, principalmente o Maranhão, tornou-se lugar de recorrentes crises de abastecimento e estagnação econômica, devido às relações coloniais conflituosas entre a metrópole e os colonos daquela região. O fato é que a administração portuguesa não tinha meios suficientes para que a economia da região se sustentasse.

Com isso a falta de produtos manufaturados e peças de escravos se tornaram problemas comuns entre os colonos maranhenses. A carestia de recursos motivou a população local a escravizar índios e expulsar os padres jesuítas que ali se encontravam (pois eram contrários a escravização de índios).

E ao final do século XVII, esses problemas fizeram do Maranhão uma das regiões mais carentes de todo o nordeste brasileiro.
Tentando intervir na economia local, Portugal, em 1682 , decidiu criar a Companhia Geral do Comércio do Estado do Maranhão que comprometia a fornecer regularmente mercadorias da Europa, destinar anualmente escravos africanos à região (para a resolução dos conflitos entre os fazendeiros e jesuítas) e comprar os produtos agrícolas a preço justo. Dessa forma, o monopólio comercial lusitano seria uma medida que ampliaria os lucros da metrópole, ao mesmo tempo em que encerraria as dificuldades dos colonizadores.

Mas com o passar do tempo, Portugal não cumpriu os acordos e os colonos mais uma vez se mobilizaram. E em 24 de fevereiro de 1684, aproveitando da ausência do governador, um grupo de manifestantes promoveu um grande rebuliço em São Luís. Os revoltosos prenderam o governador interino, invadiram os colégios jesuítas e saquearam os galpões da Companhia de Comércio. Liderados pelos irmãos Manuel e Tomás Beckman, a revolta exigia a melhora das relações entre Maranhão e Portugal. Ao longo de quase um ano, Manuel Beckman, também conhecido como Bequimão, controlou uma junta revolucionária que tomou o poder político da província.