A revolta da vacina
Introdução
Rio de Janeiro. Avenidas largas e ensolaradas, paraíso de muitos turistas, um sonho tropical. Mas nem sempre a antiga capital do Brasil foi assim. No final do século XIX e início do século XX, o Rio era uma cidade de muitas epidemias. Para solucionar o problema, o governo impôs inúmeras normas autoritárias. Entre elas, encontrava-se a obrigatoriedade da vacinação contra a varíola. Iniciava-se, assim, a conhecida, mas pouco compreendida, revolta da vacina.
O que foi
A revolta da vacina foi uma série de resistências por parte da população que transformou a cidade do Rio de Janeiro durante as primeiras semanas de Novembro de 1904 em um verdadeiro campo de batalhas onde de uma lado estava a população e de outro a polícia armada.
Ela foi gerada por uma série de antecedentes, iniciando com o desejo de Rodrigues Alves de modernizar a cidade. Assim, ele destruiu cortiços e expulsou seus moradores para dar lugar a belas e amplas ruas, fato denominado de o “Bota abaixo”. Ainda havia a insatisfação do povo com os privilégios concedidos a determinadas classes, mas a gota d’água para a revolução aconteceu quando o sanitarista Oswaldo Cruz, com intuito de combater as doenças que assolavam o Rio, iniciou um processo de “código de torturas”(caçando ratos, entrando sem pedir permissão nas casas da população, etc.) e trouxe ao país a vacinação obrigatória.
A população, em virtude da falta de informações e conscientização, somados com os efeitos colaterais e a dor provocados pela vacina, se revoltou. Muitos políticos da oposição tentaram se aproveitar desta situação para seus próprios interesses, e alguns militares se esconderam por trás da revolta para realizar um golpe, em 15 de Novembro, o qual não teve êxito pois foi descoberto.
Também foi aberta a brecha que precisava para a culminação de manifestações, como as barricadas do Bairro da Saúde, liderada por Prata Preta, que lutavam pelo candomblé e pela capoeira –que