A resistência escrava em cuba – uma análise
Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas
Departamento de História
Disciplina de História da América Colonial
Professor Rafael de Bivar Marquese
Trabalho final:
Gabriela Giacomini de Almeida – nº USP: 5425239
A resistência escrava em Cuba – uma análise
A resistência escrava em Cuba é um tema ainda pouco explorado pelos historiadores. Isto se deve, entre outras razões, à parca quantidade de fontes, que em sua maioria encontram-se isoladas, dificultando muito o estabelecimento de um corpo documental orgânico e coeso. No entanto, alguns pesquisadores procuraram tentaram driblar estas deficiências, levantando algumas hipóteses interessantes sobre o assunto. O presente trabalho pretende elucidar algumas questões a respeito da resistência dos negros escravos de Cuba no período colonial, com destaque especial para o período que se inicia no final do século XVIII (quando estourou a Revolução de Santo Domingo – atual Haiti) até o final do século XIX, quando da guerra de independência da ilha. Para tanto, foram utilizados dois trabalhos importantes que tratam do assunto: o artigo “Notícias de Haiti en Cuba” de Ada Ferrer[1] e o livro “Los Cimarrones de Cuba” de Gabino La Rosa Corzo[2]. Entre as principais formas de resistência existentes na época, podemos citar a “cimarronaje”, o “apalencamiento”, e as conspirações e rebeliões, ou “amotinamientos”, segundo Gabino La Rosa. Ele diz o seguinte: “O ‘cimarrón simple’ - para usar o qualificativo que se utilizou na época e diferenciar estes dos apalencados -, era o escravo que fugia de sua fazenda e perambulava a uma distância maior que três léguas.”[3]. Este termo foi usado originalmente para denominar o animal doméstico que fugia para o campo, e depois os índios fugitivos das fazendas, antes da adoção da escravidão africana. Como forma de refúgio a “cimarrones” e rebeldes, aparecem os “apalencamientos”, formações semelhantes aos