A Republica dos coroneis e as pressoes populares pela educaçao escolar
A República brasileira foi instalada em 1890, sobre as arcaicas estruturas da monarquia imperial. Com ela, esperava-se alcançar a ordem e o progresso em meio a tantas desigualdades, privilégios de poucos, concentração de riquezas e milhares de trabalhadores distantes das condições básicas de sobrevivência. O censo escolar de 1890 demonstrou a existência de 80% de analfabetos numa população de 14 milhões de habitantes.
O cenário era constituído por uma população negra, livre e sem destino, e por uma visão de manutenção da grande propriedade rural e de que as mulheres não necessitavam frequentar as escolas e os espaços públicos, além do analfabetismo geral de adultos e de crianças e da infância abandonada.
Problemas sociais e econômicos crônicos
Uma grande epidemia de febre amarela fustigou a cidade do Rio de Janeiro, e em anos mais críticos, chegou a matar 3 a 4 mil pessoas numa população da capital estimada em cerca de 270 mil habitantes, em 1872. Depois, ocorreu a epidemia de cólera--morbo e de varíola. A tuberculose, as doenças intestinais e a malária 1904 - A Revolta da Vacina
O Rio de Janeiro contava com uma população de 720 mil pessoas que, sem os serviços de saneamento básico, ficavam expostas a epidemias. Decidido a combater a febre amarela, o então presidente, Rodrigues Alves, convidou Osvaldo Cruz a assumir a Diretoria Geral da Saúde Pública. Em 31 de outubro de 1904, era aprovada pelo Congresso a lei que tornava a vacinação obrigatória.
Que sentido para a população teve a República?
Para alguns, significava a equiparação com outros países e a possibilidade de descentralização do poder na República. No campo social, predominava uma ilha de poucos afortunados num oceano de desfavorecidos. Quais eram, então, os problemas sociais? Todos: moradias inadequadas, doenças, isolamento, analfabetismo, desinformação, crendices, discriminação social,