A republica cap V
Avançando no diálogo, a fim de estabelecer como seria praticável a comunhão de mulheres e filhos, discorreram sobre a procriação e o cuidado com as crianças. No que diz respeito à primeira problemática, determinou-se que as relações seriam como entre animais, devendo-se empregar o cruzamento dos melhores homens com as melhores mulheres o maior número de vezes e, por outro lado, com os piores, o menor número possível; assim, aprimorava-se a espécie e evitava-se a mistura entre indivíduos de intelecto, físico e mister desiguais. Passando a segunda questão, foi dito que os filhos dos melhores seriam levados a um infantário num bairro especial da cidade, enquanto os filhos dos seres inferiores ou crianças aleijadas seriam escondidos em um lugar secreto. Logo, na concepção platônica, nota-se como a segregação entre “fortes” e “fracos” se dá desde a mais tenra infância.
Ao discorrer sobre o modo de vida, partindo do pressuposto de que há mulheres com vocação para guardiãs e que estas devem ser escolhidas como companheiras dos homens da mesma classe por se assemelharem em caráter e aptidões, todos os guardiães teriam suas esposas em comum e nenhuma coabitaria privadamente com qualquer um deles. Os filhos seriam igualmente comuns, e nem o pai conheceria a seu filho e vice-versa. Seguindo tal lógica, a fonte do maior bem seria essa comunhão de mulheres e filhos, pois objetiva a