A reprodução
O terceiro capítulo se chama “eliminação e seleção” e explica de forma crítica o peso que o sistema de ensino concede na França. Esse tema é relacionado diretamente às estruturas de legitimação da desigualdade e ao mesmo tempo estão ligados às estruturas de seleção, probabilidade, êxito e exclusão do indivíduo. É a partir desse pensamento que os autores começam a caracterizar o exame como um instrumento de seleção e classificação, mostrando seu peso e valor dentro do ambiente escolar.
Segundo Bourdieu e Passeron:
“De fato, o exame não é somente a expressão mais legível dos valores escolares e das escolhas implícitas do sistema de ensino: na medida em que ele impõe como digna da sanção universitária uma definição social do conhecimento e da maneira de manifestá-lo, oferece um de seus instrumentos mais eficazes ao empreendimento de inculcação da cultura dominante e do valor dessa cultura.”
O exame padroniza e impõe uma definição social do conhecimento relacionado a determinados assuntos e conteúdos, e limita de certa maneira o conhecimento ao longo dos anos, causando sanções e limitações a vida universitária, como citado no texto. A organização escolar utiliza o exame de forma que selecione os indivíduos, classificando os mais competentes, e colocando esses como bons alunos e dando-lhes status escolar. De acordo com o texto o sistema francês propõe modelos mais acabados e em caso extremo coloca em ênfase a questão de valores externos e internos que podem interferir no peso funcional do exame. Os autores citam que os alunos que são de classe baixa ou popular são eliminados antes mesmo de serem examinado, o que mostra o quanto as desigualdades são fortes, interferindo no âmbito escolar.
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