a reliquia Eça de queiros
Para o crítico Massaud Moisés, o tempo, no romance, provavelmente constitua o ingrediente mais complexo e o mais relevante: de certo modo, tudo no romance forceja por transformar-se em tempo, que seria, em última instância, o escopo magno do romancista. Mais do que escrever uma história, mostrar cenários, criar personagens, o seu objetivo consistiria na criação de um tempo e da sua fixação, dentro das coordenadas de um livro. Senhor absoluto do tempo, o recepcionista pode acompanhar as personagens durante toda a sua existência. " O crítico ressalta, ainda, que dois tipos de tempo podem ser considerados numa narrativa:
Histórico (cronológico)
Chamado também de linear, diacrônico, é mensurável e segue a organização do dia a dia. Tem o ritmo do calendário ou do relógio e pode, muitas vezes, ser apontado por situações adverbiais: à noite, naquela manhã, no outono de 1997. Outros índices temporais podem ser levados em consideração: durante a adolescência, por um instante.A Relíquia é um romance do escritor português Eça de Queirós, publicado em 1887.
O autor deu-lhe como subtítulo, a agora célebre frase sobre a nudez forte da verdade – o manto diáfano da fantasia. A obra é influenciada pela Vida de Jesus, São Paulo de Ernest Renan e Memorias de Judas de Ferdinando Petruccelli della Gattina.1
Alguns autores acusaram Eça de Queirós de ter plagiado a obra de Petruccelli della Gattina.
A Relíquia começa com a apresentação do narrador e protagonista da história, Teodorico Raposo, que busca explicar ao leitor o que o motivou a escrever suas memórias. Ele nos diz que a principal motivação está no facto de que tanto como seu cunhado, Crispim, acreditarem que aquelas memórias contém "uma lição lúcida e forte" da vida, sendo merecedoras da imortalidade que só "a literatura propicia". A narração se concentra numa viagem feita por Teodorico ao Egito e à Palestina, logo após uma decepção amorosa. Buscando fugir ao modelo de "guia de viagem", Teodorico nos