A religião como principio constitutivo da familia
Nas gerações antigas era muito forte a ligação entre a religião, os costumes e os valores que regiam cada família. Tudo se baseava em estarem reunidos adorando aos deuses. Havia essencialmente em cada casa um altar, onde eram feitas preces, depositadas as angústias e muitas promessas eram proferidas. Faziam cultos domésticos e mantinham assim sempre presente as adorações aos deuses, em família, levando muito a sério a tradição que lhes era passada. É possível encontrar ainda hoje famílias que fazem parte de alguma comunidade, onde de casa em casa, pessoas levam as capelinhas dos santos para que durante a semana a família adore e se reúna diante dela acendendo velas e fazendo suas preces.
Também dentro de casa se reunia, e ainda hoje as famílias mais conservadoras se reúnem, para as refeições, que era quando todos estavam presentes para mais um momento de adoração e gratidão. Hoje em dia se pode dizer que esse é um dos poucos momentos em que as famílias se reúnem, todos os membros, para desfrutar da companhia, conversar e agradecer a Deus pelo alimento, vida, etc.
Outro rito muito importante que ligava as pessoas com seus familiares antepassados era o sepultamento dos corpos dentro do terreno de propriedade da família. Era como se fosse a segunda casa deles, a morte não os separava. Em determinados dias, indicados segundo a religião de cada um, os vivos se reuniam ao pé dos mortos oferecendo-lhes presentes e frutos. Em troca disso lhes pediam proteção, prosperidade e virtudes. Hoje há também dias em que se celebra a morte, que se remete a algum ente querido falecido para prestar-lhe uma homenagem, um carinho e rezar aos pés do túmulo.
O princípio da família antiga não era apenas a geração, nem o afeto, nem o parentesco. Era sim o da força do homem como marido ou pai. Havia uma superioridade do marido sobre a esposa e dos pais sobre os filhos, o que gerava um sentimento de temor e superioridade. Isso pode