A relevância dos métodos de pesquisa qualitativa em Educação no Brasil
Os métodos qualitativos de pesquisa remontam aos séculos XVIII e XIX, quando vários sociólogos, historiadores e cientistas sociais, insatisfeitos com o método de pesquisa das ciências físicas e naturais que servia de modelo para o estudo dos fenômenos humanos e sociais, buscaram novas formas de investigação. Wilhelm Dilthey argumentava que na investigação histórica o interesse maior estaria no entendimento do fato particular e, para tanto, haveria de se considerar o contexto em que esse fato ocorria e não sua explicação casual, propondo assim a hermenêutica. Max Weber também contribuiu de forma importante para a configuração da pesquisa qualitativa ao afirmar que o foco da investigação deve se centrar na compreensão dos significados atribuídos pelos sujeitos às suas ações, argumenta que, para compreender esses significados, é necessário coloca-los em um contexto. Essas ideias se desenvolvem em meio a um debate de crítica à concepção positivista de ciência e à proposição de uma perspectiva de conhecimento que se tornou conhecida como idealista-subjetivista que, contrariamente à posição que separa sujeito e objeto, valoriza a maneira própria de entendimento da realidade pelo sujeito. Busca a interpretação em lugar da mensuração, a descoberta em lugar da constatação, e assume que fatos e valores estão intimamente relacionados, tornando-se inaceitável uma postura neutra do pesquisador. A abordagem qualitativa defende uma visão holística dos fenômenos. Assim encontra nos fundamentos dessa abordagem, os princípios da Fenomenologia, a qual se desdobra em várias correntes: o Interacionismo Simbólico, a Etnometodologia, os Estudos Culturais e a Etnografia. Embora esses princípios já fizessem parte dos debates no século XIX, foi só em meados dos anos de 1960 que ganharam destaque na área da Educação. A longa demora deveu-se, em parte, ao fato de que os estudos de Educação eram fortemente apoiados na