A relação entre segregação e acesso a capitais sociais – como a análise de redes pode contribuir para o estudo da pobreza.
Introdução
O estudo da pobreza engloba diversas vertentes e métodos de análise. Esse trabalho pretende partir da atuação do Estado na construção de uma segregação espacial e como ela influencia negativamente sobre a distribuiçao de capital social devido ás características das redes de sociabilidade que encontra-se nessas regiões. Inicialmente, iremos conceituar redes. Em seguida, trabalharemos com o texto de Vetter e Massena sobre os investimentos do estado e seu impacto sobre a segregação. Os autores apresentam as ações do Estado como fundamentais para a valorização de terras urbanas, e assim, o começo de uma segregação espacial por renda. A partir da teoria da causação circular – eles apontam que, valorizada, a terra seleciona economica e politicamente seus habitantes, que por sua vez inserem mais recursos no Estado via impostos e tarifas locais. Isso demandaria do Estado, em contrapartida, mais investimentos, gerando ainda mais valorização e segregando – num processo que se retroalimenta. Depois, a partir do texto de Eduardo Marques, apresentaremos uma primeira relação entre segregação e redes de sociabilidade. Através da metodologia de análise de redes com exemplos, e sua relação acesso restrito ou não às estruturas de oportunidades e capital social, apresentaremos a tese de que as redes podem proporcionar o acesso a capital social, ou recursos, que, numa influencia positiva, ampliaria a integração dos indivíduos nas estruturas de oportunidade. Assim, quanto maior o acesso a recursos, maior o acesso a novos recursos que se transformariam em ativos sociais, contribuindo para a superação de uma situação de pobreza. O conceito de segregação utilizado é o mesmo de Rafael Soares: ´refere-se tanto à desigualdade de acesso a serviços públicos, quanto ao grau de separação ou isolamento residencial entre