A relação da fé projeto em construção e a subjetividade humana
Estamos diante de dois binômios muito importantes para a Teologia: fé e indivíduo. Usaremos estas duas “colunas” para tentarmos compreender Deus (criador), o homem (criatura) e a relação que se dá entre criador e criatura. Não podemos pensar que seja tarefa fácil destrinchar realidades que ao mesmo tempo nos parecem distintas, mas que se tornam no mesmo instante, muito próximas. Para construir esse pequeno comentário, usaremos o que foi absorvido em sala de aula, apoio à Sagrada Escritura, Catecismo da Igreja Católica e uma pequena contribuição de um filósofo Existencialista, Sören Kierkegaard, ora de sua autoria, ora de comentadores.
Quando pensamos sobre a fé, nossa mente é povoada por variados conceitos sobre essa minúscula palavra, mas de sentindo infinitamente complexo. A fé pode ser apresentada para nós através do acreditar em algo que não se vê1 ou como bem nos lembra o Catecismo da Igreja Católica que “a fé é um dom de Deus, uma virtude sobrenatural infundida por Ele” (CIC 153). A fé brota do interior do homem fazendo-o conhecer, buscar e construir a figura de Deus em sua vida de modo livre a partir da palavra de Criador para com a sua criatura.
Depois, ao pensarmos sobre a subjetividade percebemos que o homem ao nascer começa desde o seu primeiro sopro de vida a construir de forma estruturada o seu “eu”. Nesse ponto, o indivíduo torna-se um importante protagonista na construção do “eu”, assumindo o seu papel na sociedade, ou seja, o indivíduo não necessita por hora, de uma sociedade que dite a ele regras para relacionar-se com Deus. A comunidade se torna elo de testemunho do relacionamento vivido. Mesmo vivendo dentro de uma coletividade, deparando-se com vários “indivíduos”, mesmo assim, o indivíduo possui a sua particularidade, a sua subjetividade em relação ao coletivo. Partindo desse pressuposto, o indivíduo toma uma posição de liberdade diante do apelo socrático