A relação da antropoloagia com a territorialidade

Entende-se que o comportamento cultural é sempre variável, logo, as culturas são mutáveis e se modificam pelo acréscimo de invenções e com a alteração de métodos antigos, sabe-se também, que a cultura é relativa, ou seja, todas as culturas se diferenciam em postulados básicos, assim, cada uma possui sua própria especificidade.
A partir disto, é necessário que se faça uma análise dos conceitos de território e territorialidade, para melhor compreender a relação dos povos quilombolas, com suas posses territoriais.
Território pode ser analisado sendo ele político, no que se refere às relações de espaço e poder, onde o mesmo é visto como um espaço delimitado e controlado, através do qual se exerce um determinado poder; cultural, que prioriza a dimensão simbólica e mais subjetiva em relação ao território; e a econômica, onde o território é uma fonte de recursos incorporados no embate entre classes sociais. (Haesbaerte, 2004).
Na análise do processo de desterritorialização, entende-se que esta, além de estar diretamente ligada a fragilidade crescente das fronteiras, principalmente das estatais, onde o território aí é, sobretudo político, desterritorialização também está ligada a hibridização cultural que impede o reconhecimento de identidades claramente definidas, ou seja, nesta análise o território é simbólico, além de ser também um espaço de referencia para a construção de identidades.
Logo, enquanto o geógrafo enfatiza a materialidade do território em suas múltiplas dimensões, os antropólogos destacam sua dimensão simbólica, principalmente no estudo das sociedades tradicionais.
Relacionando estes conceitos, juntamente com a especialidade humana dos povos quilombolas e relacionando os mesmos à sua cultura, percebe-se que estes povos possuem um vínculo, tanto histórico, quanto cultural com suas terra.
O conceito de quilombo ganha novo marco jurídico após a Constituição de 1988 e esse fato é determinante também para o estabelecimento e organização do movimento