A Reforma Urbana E Os Moradores Do Morro Do Castelo
Arquivo Público do Estado do Rio de Janeiro – APERJ
Praia de Botafogo, 480 – 2º andar - Rio de Janeiro – RJ
CEP 22250-040 Tel.: (21) 9317-5380
A REFORMA URBANA E OS MORADORES DO MORRO DO CASTELO:
ESTRATÉGIAS E DISPUTAS DE POPULARES
NO RIO DE JANEIRO (1904-1922)
Claudia Miriam Quelhas Paixão - UFF
Esta comunicação apresenta algumas reflexões desenvolvidas durante o primeiro ano do curso de mestrado em Historia Social na Universidade Federal Fluminense. Engressei no curso de mestrado pretendendo estudar a população do morro do Castelo durante o processo de arrasamento do morro, ocorrido na cidade do Rio de Janeiro entre os anos de 1904 e 1922. Considerando as discussões das reformas do espaço urbano do Rio de Janeiro durante as três primeiras décadas do século XX, e a tentativa por parte das elites em deslocar as camadas populares de determinados espaços urbanos em busca de um ideal próprio de modernidade, pretendo pensar sobre as relações e disputas sociais que se refletem nas questões urbanas.
Nossa historiografia urbana aponta a Primeira República como um período onde se consagraram os valores de um Estado Liberal, expresso mais claramente durante o período da administração de Pereira Passos. Neste período pôs-se em prática o antigo projeto de transformar o centro da cidade do Rio de Janeiro em um espaço moderno. Desde 1832, com a promulgação do decreto do Código de Postura, a reforma urbana foi assunto constante no cenário político e social da cidade, se concretizando em 1902 quando Francisco Pereira Passos foi nomeado por Rodrigues Alves para a administração da cidade. O discurso de engenheiros, sanitaristas, médicos e higienistas acordava que para sanear e embelezar a então doente e colonial capital federal era necessário a demolição do seu principal inimigo: os cortiços por ela espalhados.
Esses profissionais quando assumiam cargos políticos colocavam em prática seus ideais, atuando ativamente no espaço da cidade. Três engenheiros fizeram