A reabilitação na perspectiva associativa
Carlos Bastardo
1. Introdução
A Reabilitação, definida como o processo que visa, mediante actividades diversas inscritas em diferentes áreas disciplinares e o concurso de ajudas técnicas específicas, a aquisição de atitudes e comportamentos conducentes à compensação das desvantagens decorrentes da deficiência do sujeito e ao seu desfrute do melhor bem-estar físico, psicológico e social possíveis, continua a ser o núcleo chave de intervenção junto do deficiente visual para que ele alcance uma integração social plena, concretizada na sua afirmação como cidadão de pleno direito e no desenvolvimento das suas potencialidades.
Uma reabilitação sólida quer do ponto de vista do domínio das técnicas quer do da resolução dos problemas emocionais, é a base indispensável para que se obtenham bons resultados na educação, formação profissional, emprego e a organização de uma vida familiar e social satisfatórias.
A importância que se confere à reabilitação, exige que lhe dispensemos uma cuidadosa e permanente atenção, perspectivando-a de forma abrangente, com uma atitude crítica e positiva que determinem reflexões e acções orientadas e aferidas pelos objectivos já referidos. São muitos os factores que influenciam e condicionam o êxito do processo de reabilitação. Entre eles podemos mencionar a filosofia que enforma o referido processo e o respectivo derredor; a vivência emocional do sujeito; o papel da família do reabilitando, cuja importância deve ser avaliada em termos de presente e futuro; o tipo e qualidade de técnicas que se devem integrar num dado Programa de Reabilitação e suas interacções recíprocas; a política de recursos humanos adoptada na instituição que presta serviços de reabilitação e as medidas tomadas pelos organismos do poder político e por instituições que com estes se relacionem, relativas à segurança social, educação, formação profissional, emprego e cultura dos deficientes visuais.