A química da vida como nós não conhecemos
Stanley Miller foi o primeiro a realizar experimentos sobre a evolução química, simulando a atmosfera primitiva com uma mistura dos gases metano (CH4), amônia (NH3) e hidrogênio (H2), e com eletrodos que simulariam os raios gerando faíscas, além de servirem como fonte de energia para as reações químicas. Esse modelo de atmosfera primitiva não é compatível com o modelo atual, mas iniciou o desenvolvimento de pesquisas experimentais sobre a origem da vida, realizadas através da química prebiótica, o estudo das reações químicas que levaram ao surgimento dos primeiros seres vivos. O avanço nas pesquisas da química prebiótica deve-se principalmente ao desenvolvimento de melhores técnicas de análise química e molecular, o que permitiu a realização de estudos moleculares e quirais dos produtos das reações químicas.
Porém, o primeiro obstáculo ao estudo da origem da vida se encontra no fato de que a própria definição do que é a vida ainda é muito vaga. São feitas cada vez mais descobertas de seres que vivem em condições que outrora pareciam totalmente incompatíveis com a vida, como micro-organismos cujo metabolismo baseia-se em metano, enxofre e ferro. Além disso, a grande maioria dos ambientes em condições extremas na Terra ainda não foi estudada, e estima-se que mais de 90% da flora microbiana ainda seja desconhecida.
Na biologia sintética, novas técnicas moleculares vêm permitindo a construção de algumas macromoléculas, de um genoma viral, e até mesmo de uma célula bacteriana controlada por um genoma inteiramente artificial.
Tudo isso nos mostra que para descobrir-se a origem da vida na Terra e a possível existência de seres vivos em outros planetas ou satélites, não devemos nos