A QUIMICA VERDE
Novo paradigma industrial
O papel da química é essencial para garantir que a próxima geração de produtos, materiais e energia seja mais sustentável do que a atual. O investigador Rui Pinto, doutorado em química farmacêutica, explica o que é a “química verde” e como estão a ser aplicados os seus princípios.
A ilha de Páscoa é conhecida pelas suas famosas e imponentes estátuas de pedra, as moai. Descoberta muito provavelmente por polinésios provenientes de ilhas próximas, cerca de 700-1100 a.C., a ilha tem sido apontada como exemplo para o alerta dos perigos culturais e ambientais da exploração excessiva. No século anterior à chegada dos europeus à ilha, em 1722, verificou-se um declínio drástico da população. As causas deste fenómeno foram atribuídas ao esgotamento das capacidades do ecossistema local: as florestas foram sujeitas a uma desflorestação extrema, para a agricultura, mas também para o auxílio à deslocação dos rochedos gigantes usados na construção das moai. Investigações recentes apontam que a destruição da flora local, associada à sobrepopulação, resultou no esgotamento e na erosão dos solos, na escassez de alimentos e, finalmente, no colapso da sociedade.
A história da ilha de Páscoa mostra que a sustentabilidade de uma civilização depende, simultaneamente, da capacidade de providenciar energia, alimentos e outros bens a uma população que aumenta rapidamente, sem comprometer os recursos a longo prazo.
O primeiro princípio da Declaração do Rio de Janeiro sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (1992) refere que os seres humanos têm direito a uma vida saudável e produtiva em harmonia com a natureza, estando no centro das preocupações para o desenvolvimento sustentável.
O conceito de desenvolvimento sustentável, definido como a capacidade de satisfazer as necessidades da geração presente sem comprometer a mesma capacidade das gerações futuras, foi introduzido no final dos anos 80. Entre os objetivos mais importantes para o