A QUESTÃO DO TRABALHO INFANTIL NO MERCADO DE TRABALHO: UMA ANÁLISE COMPARATIVA DAS DÉCADAS DE 1990 E 2000
Rafael Loures Ogg (BIC/ARAUCÁRIA), Cleise Maria de Almeida Tupich Hilgemberg (Orientador), e-mail: Cleise@uepg.br
Universidade Estadual de Ponta Grossa/Departamento de Ciências Econômicas, Ponta Grossa, PR
Economia e Mercado de Trabalho
Palavras-chave: trabalho infantil; mercado de trabalho; oferta de trabalho
Resumo:
Este trabalho tem por objetivo apresentar o entendimento de como as famílias se compõem e como ofertam sua força de trabalho no Brasil na década de 1990 e na década de 2000, dado um contexto sócio histórico e socioeconômico reunido pela coleta de materiais consistentes, que em parte foram obtidos baseando-se na estatística descritiva e comparativa dos dados obtidos nas PNADs – Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio – IBGE para a década de 1990 e para década de 2000. Mais especificamente, estes dados foram obtidos em parte através das análises dos padrões de participação na força de trabalho da criança na composição da renda ano a ano e da composição das famílias por gênero, idade e grau de escolaridade.
Introdução
Até aqui compreende-se o trabalho infantil num aspecto sócio histórico e econômico onde a economia global e a exclusão social possuem papéis fundamentais na compreensão do mesmo, podendo-se analisar o trabalho infantil pela ótica da globalização e do fracionamento das cadeias produtivas, que de acordo com Dupas (1998), incorporou parte dos bolsões de mão-de-obra barata mundiais sem necessariamente elevar-lhes a renda. Os postos de trabalho formal crescem menos que os investimentos diretos. Se, por um lado, surgem oportunidades bem remuneradas no trabalho flexível, por outro, o setor informal também abriga o emprego muito precário e a miséria. Neto e Moreira (1998, p. 438) colocam que o fortalecimento e a continuidade do trabalho infantil interessam ao “mercado”, provindo que esta violação de direitos implica