A questão do sofrimento sob a perspectiva de Kierkegaard
Bianca Zaene Rodrigues Mota(aluna-autora) – Juliano Sistherenn(orientador)
O mundo em que vivemos é marcado pelas mais diversas tribulações: guerras, doenças, desastres naturais. Além disso, o ser humano lida com problemas familiares e trava lutas com si mesmo: dúvidas, decisões, mudanças. Estas são ocorrências que tornam a experiência do sofrimento presente na trajetória de todo e qualquer indivíduo que passou pela vida e assim, “as criaturas provocam sofrimento ao nascer, vivem infligindo sofrimento, e sofrendo morre a maior parte (LEWIS, 1940)”.
Dessa forma, o sentimento de angustia vindo do sofrimento não é uma opção ou escolha e sim uma realidade. O sofrimento é por vezes considerado como um peso, algo que só tem a trazer coisas negativas, dos quais seriam frutos a culpa e o desespero. Contrariando esta ideia filósofos defendem um propósito no sofrimento, onde o indivíduo ao adotar uma postura de reflexão e auto avalição diante dele, experimentaria um momento proveitoso de encontro com si mesmo e com a sabedoria e nesse sentido o sofrimento seria algo positivo. Entre estes filósofos está Kierkegaard que:
Chama a atenção para o indivíduo singular que, acima de toda reflexão universal abstrata, traz em si questões que devem ser observadas subjetivamente e clama por um acolhimento da sua particularidade humana que passa por tormentos não tão fáceis de serem diagnosticados (PIRES et al, 2012). Sören Aabye Kierkegaard (1813-1855) foi um escritor e filósofo Dinamarquês, seus escritos eram sobre temas existenciais como o desespero e a angústia. Kierkegaard acreditava que o sofrimento levava o indivíduo a uma existência autentica e que “a aprendizagem da angústia representa o supremo saber (KIERKEGAARD apud PIRES)”. Assim ele concebeu a existência a partir de três estágios: o estético, a ético e o religioso e em cada um o sofrimento se manifesta de determinada forma. No primeiro estágio – estético – o indivíduo está focado em viver o