A questão do poder na Colônia
Wilmar da Silva Vianna Junior
Estudante de História pela Universidade Gama Filho
1.Introdução
A administração da Colônia, foi um assunto bastante discutido pela historiografia brasileira antiga, passando para segundo plano, a partir de 1960, com o predomínio de estudos sócio-econômicos e posteriormente de temas culturais.
Os que se propuseram a estudar a questão do poder na colônia não chegaram as mesmas conclusões. Para uns a tradição lusitana de um Estado forte, fez com que na Colônia prevalecessem os interesses estatais sobre o privado. Para outros o poder local, do latifúndio, foi mais forte que a ação estatal, conseguindo diluir e fragmentar a ação deste.
As generalizações para períodos longos, como é o caso da colonização do Brasil, são quase sempre desmentidas por acontecimentos particulares, contudo são válidas enquanto interpretações gerais. De maneira geral, pode-se afirmar, que houve uma predominância do poder local ao longo dos dois primeiros séculos de colonização e uma reação centralizadora no decorrer do século XVIII.
A questão do poder na Colônia não deve e nem pode ser resumida à ação estatal, pois o poder na colônia possui diversas formas e agentes, tanto na esfera pública como na privada, tendo-se que levar em conta também as longas distâncias que tornavam ainda mais difíceis de serem cumpridas as ações centralizadoras do governo.
2. Os problemas e a confusa situação colonial
Na colônia, assim como na metrópole, estarão em conflito constante as forças centralizadoras do absolutismo e as forças sociais centrífugas, que na colônia contam ainda a se favor com a distância que as separam da metrópole.
A distância que separava Lisboa das cidades do litoral e a que separava estas do interior, transformava em meses ou até anos o tempo das decisões, sejam de caráter privado ou público.
Uma sociedade estamental supõe a existência de um Estado estamental. Isso significa dizer que tanto o Estado