A questão do livro didático no ensino da geografia
“O livro didático constitui um elo importante na corrente do discurso da competência: é o lugar do saber definido, pronto, acabado, correto e, dessa forma, fonte única de referência e contrapartida dos erros das experiências de vida.” Tal colocação deixa o livro didático numa posição central, como principal e única fonte de saber, sem que o mesmo esteja aberto o diálogo e debates relacionados às problemáticas apresentadas por ele. O que se observa no atual sistema de ensino-aprendizagem, é uma grande defasagem, um sistema saturado, onde alunos e professores não mais encontram motivação para ensinar e aprender respectivamente, devido a um método extremamente tradicional onde o livro didático é colocado como o único objeto de estudo e fonte de pesquisa possível, sendo utilizado de forma limitada e antagônica a realidade do alunado. O autor acrescenta a problemática envolvendo o livro didático, o fato de que, “ele acaba assim tomando a forma de critério do saber, fato que pode ser ilustrado pelo terrível cotidiano do “veja no livro”, ‘estude para a prova da página x até a y”, ‘procure no livro”, etc. Analisando a realidade do alunado, e o vínculo com o livro didático, especificamente no ensino da Geografia, observamos um antagonismo entre ambos, onde não há uma ligação entre eles onde possa despertar no aluno o interesse de encontrar ali respostas e soluções para suas indagações, principalmente soluções para problemáticas enfrentadas por eles no cotidiano. “Daí surge à importância de que o s autores de livros didáticos também descubram formas atraentes de tratar assuntos relativos ao cotidiano dos alunos.”.
O livro didático de geografia, assim como o de outras disciplinas, frente às atuais condições de trabalho do professor, que precisa cumprir uma carga horária excessiva, com inúmeras turmas, quando não diversas escolas, torna-se cada vez mais um instrumento necessário ao complemento das atividades