1 A QUESTÃO DA VERDADE O texto apresentado é na realidade uma composição organizada pelo professor a partir de recortes de textos em que esta questão é analisada. O primeiro, é de Gilberto Cotrim na sua obra: Fundamentos da Filosofia e o segundo é de Marilena Chaui na obra Convite a Filosofia . Boa leitura. POSSIBILIDADES DO CONHECIMENTO 1 A capacidade de conhecer a verdade Somos capazes de conhecer a verdade? É possível ao sujeito apreender o objeto? Afinal, quais são as possibilidades do conhecin1ento humano? As respostas dadas a essas questões levaram ao surgimento de duas correntes básicas e antagônicas na história da filosofia. Uma é o ceticismo, que diagnostica a impossibilidade de conhecermos a verdade. A outra é o dogmatismo, que defende a possibilidade de conhecermos a verdade. Mas o que queremos dizer por verdade? Que verdade é essa da qual tratam tantos pensadores? A palavra verdade tem o sentido básico de uma correspondência entre o que se pensa ou se diz e a realidade que se quer conhecer ou expressar. Se eu digo "O pássaro é azul" e o pássaro é realmente azul, então isso é uma verdade, um conhecin1ento verdadeiro. No entanto, quando os diversos filósofos que tratam da temática do conhecimento falam em "conhecer a verdade" estão se referindo não só a esse sentido básico, mas também, e principalmente, à idéia de conhecer como o objeto é na sua essência, ou seja, a realidade mesma, intrínseca, daquilo que se quer conhecer. Nesse sentido, eles também usam a expressão o ser das coisas, ou seja, sua realidade essencial. O que se discute aqui é que, por exemplo: o pássaro pode parecer azul a muitas pessoas, mas ser de um verde-azulado para outras, talvez, ter outra cor totalmente distinta ou mesmo não ter cor nenhuma. Qual será a cor verdadeira desse pássaro? Será possível conhecer a verdade? Vejamos, então, algumas das teses (ou respostas dadas a essa pergunta) , das principais correntes do ceticismo e do dogmatismo e, em seguida, uma terceira doutrina, o