A questão da universidade
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A pergunta inicial referente a essencia da universidade nao IIdmite ser respondida de modo geral e abstrato, fora do contexto hist6rico em que surgiu e se desenvolveu esse instituto. Nao iremos, porem, fazer urn estudo, mesmo resumido, da historia das instituitJ)CS universitarias, mas apenas uma observac;ao preliminar, para nos dc grande importancia. No Brasil, a universidade e urn orgao social rccente, so instalado oficialmente quando sua presenc;a se fez necessMia. Nada tern de comum com os similares estrangeiros, cuja fund:\I;ao se conta por seculos. Dados os caracteres peculiares da colonilac;ao portuguesa, 0 Brasil tinha de atravessar toda a sua fase colonial scm possuir universidades, pois varias raz6es tornavam-nas nao so ill1possiveis como indesejaveis em nosso meio. Sem a pretensao de ~'smiuc;ar 0 terreno historico, mas apenas para esclarecer urn fate e cncaminhar a conclusao a que visamos, basta lembrar que no Brasil II colonizador luso nao se defrontou com populac;6es dotadas de ('ultura aborigene desenvolvida, como se deu nas areas das cordiIheiras mexican a, centro-americana ou andina. Encontrando o conquistador populac;6es iletradas nas etapas mais primitivas do desenvolvimento humane, nao precisava opor a uma cultura aut6ctone llutra, alienada embora civilizada, com 0 fim de extinguir os val ores, principalmente religiosos, da primeira e substitui-los pelos da segunda. Ademais, era conviq:ao dos colonizadores portugueses que, obrigando da juventude oriunda das familias ricas da os raros representantes Icrra a irem estudar nos centros universitarios da metropole, refor~avam 0 seu espirito de lusitanidade e os preparavam para, de volta, se comportarem como bons suditos da coroa de Portugal. A hist6ria nos ensina que 0 contrario foi p que aconteceu. Muitos dos pr6ceres tla Inconfidencia e da Independencia foram bons alunos de Coimbra c