A Questão da Identidade Cultural no Design Brasileiro
A Questão da Identidade Cultural no Design Brasileiro
Uma opinião pessoal, que não se avoca verdade absoluta.
Universidade Católica de Goiás
Departamento de Artes e Arquitetura
Curso de Design
Estúdio de Design
Maurício Azeredo
Sobre Questão da Identidade Cultural no Design Brasileiro
Desde dos anos 60 chamava-me à atenção o fato de que, se por um lado, a arquitetura, através da produção de um significativo número de arquitetos, apresentava forte compromisso com a cultura brasileira, nosso clima, nossa gente, nossa forma de viver e, mais, com as características regionais, o mesmo não ocorria com o desenho do mobiliário. Fora raros exemplos como Sérgio Rodrigues, Lina Bo Bardi, Michel Arnoult e, mais anteriormente, Joaquim Tenreiro, o desenho de nossos móveis era totalmente dependente de escolas e modelos exógenos.
O próprio professor e urbanista Lúcio Costa, em artigo intitulado “Notas sobre a evolução do mobiliário luso-brasileiro” atesta isso. Com a linguagem poética que sempre notabilizou seus textos, traçou um cristalino percurso de desenvolvimento de nosso mobiliário, desde o início da colonização até o nosso tempo. Entretanto, como exemplos do mobiliário de nosso século, apresenta croquis de móveis da Bauhaus, Mies e Breuer, dizendo “Como o nosso mobiliário seguiu sempre de perto, a evolução do móvel europeu e deverá, portanto, tradicionalmente, ainda agora, acompanhar as transformações produzidas pelas técnicas contemporâneas”. Também assinala Lúcio Costa que, “tanto para o rico como para o remediado ou para o pobre, os modelos tendem a se uniformizar, variando tão-somente a qualidade do material e do acabamento”. A idéia de modelo e uniformização também é assumida pelo grande mestre. E não por transformação socialista, visto que, mesmo com a uniformização, o modelo variaria a qualidade do material e do acabamento, conforme o estrato social.
Esse fato reforça a idéia de que temos mantido, ao longo de