A questão da diferença ontologica
O trabalho do Heidegger seria recolocar em evidência a questão do sentido do Ser, a mesma questão existente nas pesquisas de Platão e Aristóteles, que nos nossos dias caiu em esquecimento. O esquecimento se deve a um declínio do ente, pois o mesmo não é mais pensado em sua essência. Para Heidegger filosofar significa investigar, isto é, tentar de forma ousada ir ao fundo da questão a um plano em que esgote as forças. Para a atualidade a filosofia encontra-se fora de seu tempo, à filosofia a qual busca o saber simplesmente pelo saber, acha-se sem lugar num mundo onde o conhecimento se aplica numa forma de doutrina econômica ou que possa ser mostrada de forma imediata, como algo útil.
Nos primórdios da filosofia grega era utilizada a palavra physis para designar o ente a qual se costuma ser traduzida como “natureza” vinda da palavra “natura” uma tradução latina que tem como significado “nascer”. No entanto, essa tradução latina modifica o sentido original da palavra grega. Physis entendido como ‘natureza’ pode relacionado aos fenômenos naturais como o crescimento das plantas e dos animais. O processo de tradução dos escritos gregos ocorrido na Idade Media Cristã não pode ser pensado como algo fútil, a partir deste momento ocorre à perda da originalidade, da essência de varias palavras, o que pode causar um grande desvio do verdadeiro pensamento contido na filosofia grega.
Physis em seu sentido original pode ser compreendido como o sair, um brotar que se conserva. Algo antes oculto que é revelado o qual passa a ser e se mantém. O ente aponta para tudo aquilo que é real e o Ser dá a possibilidade para que o ente apareça.
Para tratar da questão do Ser, dá-se o nome ‘metafísica’. Trata-se de investigar as questões fundamentais não tão fáceis de serem encontradas assim como pedras e a água, significa ir ao fundo da questão e além da aparência, não concentrar-se somente no horizonte, mas ultrapassa-lo e conhecer outro domínio. O