A questão basca
10/01/2011 POR EQUIPE DE COLABORADORES 5 COMENTÁRIOS
A imprensa internacional, nas últimas décadas, tem dado destaque às atividades do grupo basco ETA, que, por meio de seus atentados, se chocava com o Estado espanhol. Seu objetivo era conseguir a independência do País Basco. No último dia 10 de janeiro, 51 anos após o início de suas atividades, o grupo basco ETA anunciou, no jornal independente basco, Gara, uma trégua geral e permanente.
O País Basco é uma das dezessete comunidades autônomas existentes na Espanha. Sua denominação oficial é Comunidad Autónoma del País Vasco, em espanhol, e Euskal Autonomia Erkidegoa, no idioma basco. O principal componente da questão basca é a luta pela manutenção da sua identidade, língua, cultura e modo de vida, em oposição a serem incorporados e superados por outra cultura. Nesse contexto, a soberania política é vista como a única maneira de assegurar o futuro do idioma basco, o euskara, da mesma forma que a manutenção de qualquer política desenvolvida pelo governo basco.
Nos anos subsequentes à Guerra Civil espanhola, o País Basco continuou a enfrentar dificuldades econômicas, fome e repressão brutal. Propriedades foram confiscadas e empresas fecharam. Os assassinatos e execuções não tiveram fim com a guerra e o regime político estabelecido foi contra a expressão da cultura basca. Isso gerou um trauma coletivo, entendido como sentimento nacional.
A Segunda Guerra Mundial criou um cenário de expectativa entre os bascos, que apoiaram os serviços secretos norte-americano e britânico e, por isso, esperavam que os aliados ajudassem a dar cabo ao regime fascista de Franco e apoiassem os bascos. Essas expectativas, contudo, não se concretizaram e a sensação de impotência ganhou contornos mais fortes com o isolamento político do regime fascista. Outro fator que fez com que os bascos não tivessem apoio dos EUA foi a Guerra Fria.