A quem interessa a proibição das drogas?
O uso de drogas em rituais religiosos é ancestral, como por exemplo,o consumo da ayahuasca durante cerimônias em tribos indígenas.A prisão e condenação de Ras Geraldinho, líder da primeira igreja rastafári do Brasil, por cultivar maconha em casa para seus próprios rituais religiosos, ilustra bem esse viés da repressão de um estado supostamente laico.
As discussões sobre a legalização da maconha vem sendo travadas em diversos países,e recentemente o Uruguai foi o primeiro país do mundo a legalizar a droga,com seu modelo de produção estatal. O Brasil entra na lista de países que debatem, em diversas instâncias, novas políticas para as drogas,como a descriminalização do uso de drogas e até mesmo a legalização,tendo em vista que o consumo de drogas é ancestral e ligado aos problemas sociais vividos na sociedade capitalista. Setores da sociedade civil afirmam que o proibicionismo falhou em diminuir o número de usuários de drogas e, em contrapartida, aumentou a violência e o encarceramento da juventude pobre.Contrariando os argumentos populistas e conservadores,o Brasil é o maior consumidor de Rivotril,droga lícita usada como tranquilizante e altamente viciante,além da prescrição e indicação desenfreada e irresponsável de psicotrópicos,drogas LÍCITAS que afetam fortemente o sistema nervoso central e são comprovadamente mais danosas que muitas drogas ilegais.
Frente ao recente episódio, nacionalmente conhecido como “Helicóptero do Pó”, relembramos da famosa máxima “só pobre vai preso, rico fica solto” e voltamos a pensar sobre a questão da proibição das drogas. Se o rico, transportando centenas de quilos de cocaína não vai preso, por que um pobre - com apenas um baseado ou algumas gramas de maconha ou qualquer outra droga - vai preso? Analisando os dados do sistema penal