A Queda do Muro de Orleans (Uma reflexão filosófica)
“Formiguinha Z” é o nome de um desenho animado muito divertido que narra a história de alguém que se rebela contra um Estado opressor.
Em 1989 o embate entre capitalistas e comunistas parecia ter chegado ao fim. O “muro” havia caído. A “Guerra Fria” tinha um vencedor.
A queda do muro de Berlin, ou a metáfora da queda da “Cortina de Ferro” denunciando o esfacelamento da União Soviética eram marcas contundentes e denotativas de uma mudança real no panorama político-econômico mundial.
O comunismo que em tese poderia propiciar o interesse coletivo, na prática tinha se mostrado um sistema opressor e cruel.
Ninguém esquece: “comunista come criancinha.”.
Já capitalista é bonzinho, tem o Papai Noel, o Dia dos Namorados, é tudo festa e colorido.
O comunismo é frio e preto e branco. O capitalismo é colorido, uma maravilha, um espetáculo.
O capitalismo, dizia-se, equilibrava-se com a perspectiva de um mundo democrático e livre. O mercado teria sua própria ética e esta possibilitaria o prevalecimento da liberdade. Ninguém acreditava ou atinava para os ditames do “capital”.
E, talvez por essa inocência, o mundo inteiro está pagando o preço.
Mas e a “Formiguinha Z”, onde estaria?
O que estaria ela fazendo ante o triunfo do neoliberalismo?
Teria ela desistido de lutar pela liberdade e se vendido ao primeiro capitalista?
Onde está a “Formiguinha Z”?
Como estaria uma formiga inteligente sobrevivendo na selva desse capitalismo?
Estaria a “Formiguinha Z” também pagando pela crise econômica desse mundo capitalista?
Teria a “Formiguinha Z” se tornado mais uma capitalista que negocia a hipótese do nada, comprando e pagando, sempre na expectativa de que o último da fila pague, por todos, um preço ainda maior?
Onde está a “Formiguinha Z” quando tanto precisamos dela?
(...)
O fato é que o formigueiro foi inundado pela queda do muro de Orleans que no espetáculo do capitalismo