A Quarta Feira Negra
A Quarta-Feira Negra se refere ao dia 16 de Setembro de 1992, quando o empresário e economista George Soros ganhou 1 bilhão de dólares especulando a desvalorização da libra esterlina. O evento quebrou o banco central inglês e obrigou a inglaterra sair do Sistema Monetário Europeu. Esse acontecimento foi decisivo para Inglaterra rejeitar o Euro como moeda nacional temendo especulação e crises financeiras.
Há 22 anos, George Soros entrou na história como o grande especulador, “O Homem que Quebrou o Banco de Inglaterra”. Mais de mil milhões de libras foi o lucro gerado pela sua aposta contra a libra. Mais de três mil milhões de libras foi quanto o Banco de Inglaterra perdeu no dia que viria a ser conhecido como a ‘Quarta-feira Negra’.
As origens
Quando o Mecanismo Europeu de Taxas de Câmbio foi criado, em 1979, o Governo britânico não quis participar, apesar de ter um ministro das Finanças pró-europeu, Geoffrey Howe. Por sua vez, o seu sucessor, Nigel Lawson, era um confesso admirador da baixa inflação conseguida na Alemanha Ocidental, algo que acreditava ser resultado de um marco alemão forte e da sua gestão pelo banco central alemão.
O ministro das Finanças do Reino Unido acreditava em taxas de câmbio fixas e, apesar de ter esbarrado com a oposição da sua primeira-ministra, Margaret Thatcher, desde o início de 1987 até março de 1988 o Tesouro inglês decidiu seguir uma política não oficial de seguir o marco alemão.
Nigel Lawson acabou por entrar em confronto com o principal consultor económico de Thatcher, Alan Walters, – que era contra este mecanismo – e acabou por pedir a demissão. Nigel Lawson foi então substituído pelo seu protegido até então, John Major.
Margaret Thatcher era contra, de forma aberta, a entrada no Mecanismo de Taxas de Câmbio e pensava que isso deixaria a libra exposta a ataques especulativos. No entanto, a economia estava em recessão e a política partidária não estava a seu favor, já que a maioria dos deputados dos conservadores