A QU MICA DA VIDA COMO N S N O CONHECEMOS
Pabulo Henrique Rampelotto
Centro Interdisciplinar de Pesquisas em Biotecnologia, Universidade Federal do Pampa, CP 1847, 97300-000 São Gabriel - RS, Brasil
Recebido em 4/8/11; aceito em 2/3/12; publicado na web em 15/6/12
Revisão
A QUÍMICA DA VIDA COMO NÓS NÃO CONHECEMOS
THE CHEMISTRY OF LIFE AS WE DO NOT KNOW IT. It has been widely suggested that life based on carbon and water is the only plausible biochemistry, and specifically that terrestrial biochemistry of nucleic acids, proteins, and sugars is likely to be universal.
However, according to our current knowledge of physics and chemistry, this may be just a geocentric concept. In recent decades, laboratory experiments and theoretical studies have indicated that life could be based on molecular structures substantially different from those we know. In this work, these studies are discussed in order to improve our knowledge on the fundamental nature of life.
Keywords: life; astrobiology; geocentric concept.
INTRODUÇÃO
Atualmente é consenso na comunidade científica que os primeiros seres vivos em nosso planeta são o resultado de uma longa evolução química, a qual precedeu a evolução biológica. Esta hipótese, inicialmente introduzida pelo bioquímico soviético A. I. Oparin, em 1924, e independentemente pelo biólogo britânico J. B. S. Haldane (em 1929, antes que o primeiro livro de Oparin fosse traduzido para o inglês), postula que a vida se originou na Terra depois de uma longa evolução de moléculas orgânicas simples até as mais complexas, incluindo macromoléculas de capacidade autorreplicativa.1
O experimento clássico de Stanley Miller foi a primeira evidência experimental que a hipótese de Oparin-Haldane poderia estar correta.2
Nesse esperimento, Miller usou uma mistura dos gases metano (CH4), amônia (NH3) e hidrogênio (H2) para simular a atmosfera primitiva e eletrodos para gerar faíscas que simulariam os raios e também seriam fonte de energia para as reações