A Publicidade e a Educacao
A PUBLICIDADE E A EDUCAÇÃO
Por Marcelo C. P. Diniz
O Sr. Kofi Anan, no 4º. Congresso Brasileiro de Publicidade, finalizou a sua palestra afirmando que a publicidade tem grande responsabilidade educativa no nosso mundo em constante mutação.
E tem sido assim, ao longo do tempo. Não há dúvida de que, nos primeiros tempos, os anúncios de sabonetes e pastas de dentes ensinaram muitos brasileiros sobre os hábitos de higiene pessoal. Assim como, recentemente, nos incentivaram ao uso dos computadores e dos celulares.
Então por que, nos últimos anos, vários setores da sociedade se armaram contra os publicitários, fazendo acusações de incentivo ao consumo irresponsável, clamando por regulamentações na maior parte sem sentido?
A resposta está, a meu ver, na própria história da propaganda brasileira. A característica informativa dos primeiros tempos foi, paulatinamente, dando lugar aos apelos emocionais. De "Uma Coca-Cola bem fria não só aplaca a sede, como também... é deliciosamente refrescante" evoluímos, por exemplo, para ursinhos em computação gráfica, tomando graciosamente sua Coca-Cola na neve.
Criatividade e técnica conseguiram envolver de tal forma os consumidores que nós passamos a ser temidos. Para alguns, não seria aceitável que os bichinhos da Parmalat influenciassem tanto os hábitos alimentares dos seus filhos. Nem que suas filhas pré-adolescentes só quisessem Valisère. E surgiram aqueles que desejam transformar os comerciais numa bula de remédio.
Cumpre aos publicitários valorizar o seu trabalho junto à sociedade. A publicidade tem o poder de educar. E faz isto com muita competência, em campanhas específicas. Poderia fazer mais, se houvesse a mentalidade de incluir, nas milhares de comunicações comerciais, algum conteúdo educacional. Não é impossível, nem mesmo difícil, incluir uma dica de hábito de vida saudável em um comercial de alimento; direção segura em comercial de automóvel, e assim por diante.