a psicopedagogia na argentina
Para pensarmos nos cursos de especialização em psicopedagogia no Brasil devemos recuperar o processo histórico que gestou essa proposta em nosso país, colonizado por Portugal, habitado pelos índios posteriormente catequizados pelos jesuítas num contexto epistemológico em que a verdade era uma só, imutável, incontestável e estava com a Igreja.
Diversamente da Argentina colonizada por um povo que trouxe sua cultura para a nova terra, no Brasil os índios e posteriormente os escravos africanos não podiam viver, pensar, expressar, mostrar sua cultura, desvalorizada, desqualificada e desautorizada pelo emigrante que aqui aportava para levar as riquezas da colônia para Portugal. O Brasil e seus habitantes eram vistos com desdém pela corte que, fugindo de Napoleão, aqui precisou viver. Os nobres e os ricos retornavam `a Europa para estudar.
A primeira universidade brasileira, a Universidade de São Paulo, foi criada por decisão do governador, Armando de Salles somente em 1934 num contexto marcado por importantes transformações sociais, políticas e culturais. Até esta data o acesso do povo brasileiro ao ensino universitário só era possível fora do Brasil.
Entretanto a entrada da mulher na universidade foi franqueada apenas em 1949, com a criação da Faculdade de Filosofia Ciências e Letras quando pela primeira vez, uma instituição de ensino superior incluiu, de modo significativo, na composição de sua clientela mulheres e filhos de imigrantes, em especial judeus. A principal razão para essa mudança foi sobretudo porque a aquisição de conhecimentos começara a ser vista como um capital, que a classe alta em decadência desejava adquirir para compensar seu declínio econômico, e para a classe média porque significava o meio mais indicado de ascensão social.
A década de 1960 com a implantação do regime militar em países da América Latina4, suas políticas ditatoriais como a repressão à liberdade de