A psicologia na organização do trabalho
Desde os tempos do Brasil colônia existe a necessidade do ponto de vista psicológico na questão do trabalho. Necessidade que foi se ampliando a ponto de no século XX, com o desenvolvimento do processo de urbanização e o surgimento de novas exigências sociais ser inserida a Medicina Social. Nas primeiras décadas do século XX foram ratificadas as bases de atuação da Medicina Social com experiências sistemáticas da Psicologia. A partir de então, a Psicologia se firmou no país como um conjunto de conhecimentos capazes de responder e propor ações que interviessem nos problemas de âmbito social. No momento em que a racionalização e a maximização do trabalho, tendo em vista o aumento de produção, a Psicologia torna-se forte aliada na organização das fábricas, em busca da adaptação do ser humano ao novo contexto. Com essa postura, a Psicologia amparada pela tríade: Ciência + Técnica + Progresso, ultrapassa a fundamentação teórica e é aplicada à administração científica na racionalização do trabalho. A aplicação de testes no trabalho visa aumentar a produção, o que tem evidente sentido econômico. A seleção pessoal procura colocar o trabalhador no “lugar certo”, onde a principal meta era que ele produzisse mais e melhor. Pode-se portanto concluir que Psicologia passa a ser elemento de fundamental importância num projeto amplo, envolvendo várias questões sociais, onde as mudanças na sociedade se desenvolviam de maneira rápida e crescente. Com isso a Psicologia teve grande impulso no seu próprio desenvolvimento, definindo seu lugar como ciência no campo de ação profissional, porém, corroborando as práticas sociais que legitimam a exploração e a desigualdade norteadoras do sistema capitalista.